Análise de 10 anos revela impacto da hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer na mortalidade perinatal na Amazônia


Análise de 10 anos revela impacto da hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer na mortalidade perinatal na Amazônia

Um estudo recente publicado na Revista Sociedade Científica trouxe à tona dados alarmantes sobre a mortalidade perinatal na Amazônia, destacando a hipóxia intrauterina e a asfixia ao nascer como fatores críticos. Entre 2013 e 2022, o estudo analisou óbitos perinatais com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), disponível no DATASUS, revelando padrões que pedem atenção das políticas públicas.

A mortalidade perinatal, que abrange as mortes fetais e neonatais precoces, é um indicador relevante das condições de saúde materno-infantil. A pesquisa liderada por Marcelle dos Santos Alusiar e coautores demonstrou que, na região amazônica, 17,08% dos casos de mortalidade perinatal no Brasil estão relacionados à hipóxia intrauterina e à asfixia ao nascer, destacando o Maranhão e o Pará como os estados mais afetados.

Dados alarmantes e perfis epidemiológicos

A pesquisa envolveu mais de 67.000 óbitos perinatais no Brasil, sendo mais de 11.000 ocorridos na Amazônia. Os dados apontam uma predominância dos óbitos fetais (81,74%) sobre os neonatais precoces. O estudo revelou também que as maiores taxas de mortalidade perinatal foram registradas em recém-nascidos do sexo masculino (53%), com peso entre 1.500 e 2.499 gramas (23,72%). O parto vaginal foi o mais comum (68,59%) e a maioria dos óbitos ocorreu entre a 37ª e 41ª semanas de gestação (36,25%).

Outros fatores associados à mortalidade perinatal incluem a escolaridade materna, com maior incidência em mulheres com 8 a 11 anos de estudo (43,05%), e a idade materna, predominando na faixa etária de 20 a 24 anos (24,67%). Esses dados reforçam a necessidade de intervenções em saúde pública, especialmente em regiões com menor acesso a serviços de qualidade durante a gestação e o parto.

Impactos regionais e globais

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a asfixia ao nascer e a hipóxia intrauterina são a quarta maior causa de mortalidade neonatal e perinatal no mundo, refletindo diretamente a qualidade dos cuidados obstétricos e neonatais. O estudo destacou que a mortalidade por asfixia perinatal está ligada à falta de assistência qualificada durante o parto e à precariedade no acesso à saúde em regiões remotas como a Amazônia Legal.

A pesquisa sugere que o aumento de óbitos perinatais em 2021 pode ter sido agravado pela pandemia de COVID-19, que afetou diretamente o acesso ao pré-natal adequado e exacerbou as desigualdades socioeconômicas e de saúde. A recomendação dos pesquisadores é que esforços maiores sejam direcionados à prevenção dessas mortes por meio de melhorias na assistência à saúde materno-infantil, especialmente nas áreas mais vulneráveis da Amazônia.

Publicação e autores

Este estudo foi publicado na Revista Sociedade Científica, volume 7, número 1, e foi conduzido por pesquisadores de diversas instituições brasileiras. Os autores principais são Marcelle dos Santos Alusiar, da Universidade Federal do Pará, Láysa Rodrigues de Lima Gomes e Anderson Quadros de Alcantara, ambos da Universidade do Estado do Amazonas, entre outros colaboradores. O artigo pode ser acessado diretamente no site da Sociedade Científica.

Nota para o leitor

Para acessar a obra original, visite: Óbitos perinatais por hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer na Amazônia: 10 anos de análise.

Convidamos todos os pesquisadores a submeterem seus trabalhos na Revista Sociedade Científica, que abrange áreas como Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharia e Tecnologias. Para mais informações sobre submissões, visite o site oficial.

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