A hidropsia das membranas fetais, uma condição rara, mas potencialmente fatal em bovinos, foi recentemente documentada em um artigo publicado na Revista Sociedade Científica. O estudo descreve um caso de hidropsia em uma vaca no terço final da gestação, ressaltando a importância do diagnóstico precoce e da intervenção adequada.

O estudo foi conduzido por uma equipe de pesquisadores de diferentes instituições, entre eles Ivan Sampaio Sá Leão e Francisco Feliciano da Silva Júnior, que atuam na Universidade Federal de Pernambuco, Thatyane Carla Lima, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Bruno Pajeú e Silva, da Universidade de São Paulo, e Jéssica de Torres Bandeira, da Universidade Federal do Piauí.

Resumo e Introdução

No artigo intitulado “Hidropsia em Vaca em Terço Final de Gestação – Relato de Caso“, os autores descrevem um quadro clínico em que a vaca apresentou acúmulo excessivo de líquido nas membranas fetais, conhecido como hidroalantoide, durante o sexto mês de gestação. Essa condição pode ser causada por múltiplos fatores, incluindo anomalias genéticas, deficiências nutricionais, gestações múltiplas, e distúrbios hepáticos. O artigo destaca a dificuldade em diagnosticar a hidropsia em campo, devido à limitada disponibilidade de exames de imagem, como a ultrassonografia.

A vaca, uma mestiça de holandês com aproximadamente cinco anos, foi atendida em uma fazenda de gado leiteiro no município de Caruaru, Pernambuco. Os sintomas incluíam aumento do volume abdominal, anorexia e prostração, que evoluíram para a morte do animal, mesmo após intervenção terapêutica com analgésicos. A necropsia revelou grande acúmulo de líquido no útero e no abdômen do feto, confirmando o diagnóstico de hidropsia.

Discussão e Considerações Finais

Os pesquisadores destacam a importância do diagnóstico diferencial para outras condições semelhantes, como ascite e hidrometra. Eles também sugerem que, em casos graves, o prognóstico é reservado, e a intervenção precoce, como a indução ao parto ou a cesariana, pode ser crucial para evitar a morte do animal. A necropsia foi fundamental para a confirmação diagnóstica, já que a realização de ultrassonografia não foi possível devido à condição debilitada da vaca.

O artigo conclui que é essencial a documentação de casos de hidropsia, mesmo aqueles com desfechos desfavoráveis, para ampliar o conhecimento sobre essa condição e melhorar as práticas de manejo e prevenção em rebanhos suscetíveis. Os autores recomendam ainda estudos genéticos e ajustes no manejo nutricional e sanitário para evitar a recorrência desse tipo de patologia.

Este estudo foi publicado na Revista Sociedade Científica, vol. 7, n. 1, p. 3673-3682, 2024, e está disponível online através do DOI: 10.61411/rsc202464517.