O cenário da pandemia do coronavírus e do garimpo na Amazônia legal transparece que a imposição econômica subjuga o homem ao ponto de seus direitos e saúde ficarem em segundo plano.
Na sociedade moderna, o homem naturalmente pela manutenção da condição econômica e de suas ambições, muitas vezes, se priva de melhores condições de vida que envolvem entre outros o maior emprego de tempo à família, lazer e cuidados com a saúde, que na verdade na maioria das vezes é a motivação de fundo.
No cenário da pandemia e suas restrições sociais, embora que Instituições e Organizações da Saúde, a exemplo da OMS, recomendem maiores cuidados com a saúde e isolamento social, surge a imposição econômica. Grande parte da população necessita da manutenção de suas atividades econômicas e postos de trabalho para sua subsistência. Nesse contexto, parte da população é subjugada pela imposição econômica e passam a ser representantes do sistema econômico, atuando por sua manutenção através de manifestações sociais.
No Brasil, a nova ascensão do garimpo na Amazônia mostra a face da imposição econômica sobre os índios, onde abdicam de direitos conquistados nas últimas décadas para a manutenção de postos de trabalho. Embora parece ser um dilema semelhante ao de muitos brasileiros na pandemia, há diferenças profundas onde o Estado tem parcela de responsabilidade.
No caso da pandemia, o Estado tem papel fundamental na organização da sociedade e seus recursos para o enfrentamento da COVID-19 e para atenuar o impacto econômico, e conforme a atuação do Estado haverá mais ou menos vítimas da pandemia. Contudo, sabemos que o impacto das restrições sociais à economia é inevitável, mesmo em governos com responsabilidade econômica e sanitária.
O dilema dos índios na Amazônia Legal é diferente pois o Estado tem a responsabilidade de nortear o desenvolvimento econômico na região. O cenário atual de exploração econômica das riquezas minerais na Amazônia e desmatamento, é um alerta para o poder público que as ações e políticas de desenvolvimento econômico na Amazônia estão regredindo ao ponto que os postos de trabalhos que os índios buscam manter, são aqueles voltados para exploração ilegal de suas próprias terras.
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